quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Inocente acusado de matar taxista fica 48 dias preso por engano em Itaperuna.



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Foto: Jaínne Oliveira/SF News.
Carlos Alexandre Moraes Maranhão tem 37 anos e uma história triste para contar: mesmo alegando inocência, ele passou 48 dias no presídio de Itaperuna, onde esteve preso por ser acusado pela polícia de matar o taxista Roberto Coutinho Perez, conhecido como ‘’Chamego’’. O crime aconteceu em Aperibé, no noroeste do estado, no mês de julho.
A polícia chegou a Carlos Alexandre no mesmo dia do crime porque ele foi um dos últimos passageiros do taxista. Segundo Carlos, ele pegou o táxi na casa de uma namorada em Cambuci e pediu a corrida até a rodoviária da cidade, onde tomou um ônibus e voltou para a casa, em São Fidélis, durante a tarde.
À noite, ele foi preso em casa, levado para a delegacia e agredido pela polícia. Segundo Carlos Alexandre, os policiais queriam que ele confessasse o crime, o que não aconteceu. Ele disse que até então não sabia por que tinha sido preso e que crime era esse que teria que confessar.
Carlos Alexandre conta que, no presídio de Itaperuna, ele ficou no isolamento e depois dividiu cela com quinze pessoas. “Eu tive que dormir sentado, a cela era úmida, não tomei banho de sol e não tive direito a visita. Além disso, a comida era de péssima qualidade”, disse.
A polícia alega que encontrou no bolso dele um cartão de visita do taxista. Carlos Alexandre afirma que tinha o cartão do taxista porque sempre andava com ele. Acusado deste crime, Carlos ficou preso por 48 dias, até que o advogado dele conseguiu imagens de câmeras de segurança que comprovam a inocência do cliente.
As câmeras – que são de um supermercado próximo a rodoviária de Cambuci – mostram Carlos descendo do táxi e tomando um ônibus às 13h50 para São Fidélis. Carlos teria chegado a casa às 14h30 e o crime contra o taxista aconteceu por volta de 14h50, em Aperibé, cerca de 70 km de São Fidélis, onde Carlos Alexandre estava.
Carlos alega que nunca foi preso e, agora, não pode sair na rua porque foi ameaçado de morte pela polícia, que acredita na participação dele no crime. Além disso, as pessoas olham na rua para ele com medo e com olhar de julgamento.
O taxista era pai de um policial militar de Santo Antônio de Pádua e o carro da vítima foi encontrado na RJ-238, entre Cambuci e Italva. Nem o motivo e nem novos suspeitos do crime foram descobertos pela polícia.
Procurada, a Secretaria de Estado e Administração Penitenciária (Seap) informou que ainda não tem ciência da denúncia de maus tratos.
Fonte: Jornal Terceira Via.

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