terça-feira, 12 de novembro de 2013

Mãe de adolescente agredida na escola diz que filha está traumatizada


rosto cortado com gillete
 Divulgação

Familiares temem pela integridade física da menina, já que agressora está solta

“Elas eram amigas e saíam juntas, não entendo porque isso aconteceu. Minha filha está traumatizada e nós [familiares] com medo que ela vá para escola ou saia para se divertir”. O depoimento é da comerciária Alessandra Carla Viana dos Santos, 41 anos, mãe da adolescente B., de 15 anos, agredida com uma lâmina pela colega de turma na tarde da última segunda-feira (11/11).
O caso aconteceu no Colégio Estadual José do Patrocínio (Cejopa), no Parque Leopoldina, para onde foram transferidas algumas turmas do Liceu de Humanidades de Campos (LHC), em função das obras no prédio da unidade escolar.
Segundo os familiares da vítima( mãe e irmão), as duas adolescentes se conheceram no início do ano, e por B. por ser muito comunicativa e querida por todos, logo ficou amiga da menina.
Ainda segundo os parentes, a agressora teria parado de falar de repente com B., sem motivo aparente. “Ela [agressora] simplesmente parou de falar e se afastou, não só da minha irmã, mas de todo o grupo. A partir daí começaram as piadinhas por parte dela e ela dizia que minha irmã se gabava por ser filha de PM, e isso não é verdade, até porque nós não costumamos comentar sobre a profissão de nosso pai”, mencionou Raphael Viana Arruda, 20 anos.
O jovem falou que a briga teria começado após a vítima ter ‘curtido’ o status feito pela agressora através da rede social Facebook. “Ela soltava várias piadinhas e indiretas. Num determinado dia, ela escreveu uma coisa no face e minha irmã curtiu. No dia seguinte ela chamou a B. e perguntou se ela adorava piadinhas. Minha irmã não disse nada e ela começou a agredí-la”, lamentou Raphael.
De acordo com a mãe da estudante, no momento da confusão só havia um inspetor e o porteiro dentro da instituição. “A briga foi durante a troca de professores. A colega dela [de B.] ouviu os gritos e tentou interferir, mas foi agredida com um soco pela menina. A confusão só parou quando o professor, que iria entrar para dar aula, chegou à sala e viu o que estava acontecendo. Ele segurou a garota, mas a intenção dela era de cortar o pescoço da minha filha”.
Raphael acrescentou: “Minha irmã só percebeu que estava sendo cortada após abaixar a cabeça e ver que sua boca estava sangrando. Nesse momento, a menina aproveitou para cortar a cabeça dela. Ela ainda saiu falando para quem quisesse ouvir que iria ‘pegar’ minha irmã fora da escola e matá-la”, contou o jovem informando que a agressora já havia sido expulsa de outro colégio por brigas.
Alessandra disse que teria escutado a avó da adolescente dizer, na delegacia, que a neta estaria com raiva de uma menina da escola, e que ela já não estaria mais aguentando olhar na cara da garota. “Ela disse que no dia da agressão, a neta pediu uma lâmina dizendo que seria para fazer a sobrancelha”, revelou.
PAI FICA INSATISFEITO COM REGISTRO DE OCORRÊNCIA
Revoltado pelo fato do caso ter sido registrado como lesão corporal grave, o pai da vítima, o subtenente Arruda, disse que a própria agressora teria declarado que ela levou a lâmina para matar a filha, e não apenas ferir.
“As provas falam por si só. Além das fotos, tem testemunho dos alunos e da própria menina que salvou minha filha. Eu só espero que a Promotoria da Infância e Juventude consiga reverter esse caso, porque não dá para ficar impune”, lamentou o policial militar concluindo:
“A delegada nem quis me ouvir e ordenou que o inspetor registrasse o caso como lesão corporal”.
A adolescente foi apreendida em flagrante, e após o registro de ocorrência foi entregue a mãe. B. se recupera em casa. Ela levou inúmeros pontos (tórax, cabeça, rosto e boca) no Hospital Ferreira Machado (HFM), onde recebeu os primeiros socorros.
A delegada adjunta da 134ª Delegacia Legal (Centro), que investiga o caso, Ana Paula Carvalho, não quis comentar sobre o fato.
Ururau

Relembre

  Caso ocorreu em um colégio estadual na tarde desta segunda-feira. Na foto, corte profundo na cabeça da vítima estudante ferida 4estudante ferida 5estudante ferida 3

Uma estudante cujo nome tem inicial B., de 15 anos, recebe atendimento médico na tarde desta segunda-feira(11), no Hospital Ferreira Machado(HFM). Ela foi  agredida por uma colega, que também é menor, T., de 17 anos, dentro de uma das salas de aula de um prédio cedido pelo Colégio Estadual José do Patrocínio(Cejopa), no Parque Leopoldina, ao Liceu de Humanidades. B., que é filha de um oficial da Polícia Militar, sofreu cortes na cabeça, na boca e  no tórax. A PM apreendeu uma gillete que foi usada na agressão. O oficial da PM acompanha o caso da filha. A agressão ocorreu no intervalo das aulas. A agressora  chamou a vítima e disse que queria conversar com ela em particular, quando teria puxado uma gillete e iniciado as agressões. Versão da agressora Na 134ª DP/Centro, as informações dão conta de que a mãe da agressora teria revelado que o motivo da agressão é irrelevante. Segundo ela, sua filha se incomoda de ouvir, com frequência, a vítima falar de forma enfática que é filha de policial. Afirmou também que a filha estaria arrependida de ter cometido a agressão.  Já a vítima apresentou outra versão à polícia. Segundo B., a agressora divulgou no Facebook uma provocação. B. teria apenas “curtido” a provocação, mas não respondeu. Nesta tarde, no intervalo das aulas, a agressora teria esperado os colegas saírem e a agrediu. Um colega que ouviu gritos conseguiu imobilizar a agressora. Em contato por telefone, a diretora do Cepoja, que se identificou como Keila, disse que o caso não tem ligação com a unidade escolar da qual é diretora. “O espaço é cedido ao Liceu, que está em obras, e tem até uma grade que divide o espaço que cada um ocupa. Portanto, não há qualquer envolvimento do nosso pessoal com este caso”, afirmou a diretora do Cejopa. O Conselho Tutelar já foi notificado sobre o caso.  
estudante ferida 6 estudante ferida 7 
Foto: Saulo Garcez / Campos 24 Horas/Blog Adilson Ribeiro

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