O Flamengo será julgado em seguida por escalação irregular do lateral-esquerdo André Santos contra o Cruzeiro. Mas com a perda de pontos do time paulista, o Rubro-Negro não corre risco de ser rebaixado, pois caso seja punido cairá a 45 pontos. Flamengo e Fluminense se colocaram como partes interessadas no processo para poderem fazer sustentações de suas partes durante o processo. 
Héverton foi suspenso em julgamento na sexta-feira, dia 6/12, e escalado no fim de semana (entrou aos 32 minutos do segundo tempo contra o Grêmio), o que acarretou uma notícia de infração feita pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ao tribunal. A Lusa foi denunciada no artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), com previsão de perda de três pontos, mais o que foi conquistado na partida em questão, no caso, um ponto, somando quatro pontos. 
A Portuguesa alegou que não teve intenção em cometer a irregularidade, pois não tinha mais ambições no Brasileiro quando enfrentou o Grêmio, além do fato de o jogador ter atuado por poucos minutos. Em seu voto, o relator Felipe Bevilacqua de Souza chamou a atenção para a necessidade de cumprimento das leis independente do impacto na tabela da competição e diante da opinião pública para pedir a condenação da equipe paulista. O voto foi acompanhado por todos os integrantes da 1ª Comissão Disciplinar, presidida por Paulo Valed Perry. 
O julgamento 
Durante todo o julgamento, mesmo com o escritório do STJD sendo localizado no 15º andar de um prédio comercial no Centro do Rio, era possível ouvir os gritos e cantos de torcedores, incluindo dois ônibus com seguidores da Portuguesa, que ficaram na rua em frente ao edifício para acompanhar e protestar. 
Em sua defesa, a Portuguesa, através do advogado João Zanforlin, se focou na ausência de intenção em cometer a irregularidade, já que o jogo contra o Grêmio não valia nada para as duas equipes, e o jogador atuou por poucos minutos, além da necessidade de manutenção do resultado obtido em campo. Alegou que a lei precisaria ser interpretada e que o rebaixamento seria uma pena muito pesada para a representatividade da transgressão. 
O diretor jurídico do clube alegou em depoimento que o clube não conseguiu contato com o advogado do clube no caso, Osvaldo Sestário, após o julgamento, e quando não há esse contato, é que geralmente o jogador pega apenas um jogo de suspensão, já cumprido com a automática. E que em consulta ao site do STJD, não constava o nome do atleta como punido até a manhã de domingo, o que segundo o diretor jurídico só foi modificado na quarta-feira. Segundo o presidente do clube paulista, Manoel da Lupa, revelou que Sestário chegou a dizer que assumiria a responsabilidade pelo resultado. A procuradoria rebateu, dizendo que houve falha entre o advogado e o clube, e que é o clube o interessado em tomar conhecimento do resultado. Não caberia à CBF a informação oficial do caso, principalmente através do seu site. 

Como parte interessada, o Flamengo, representado pelo advogado Michel Asseff Filho, se pronunciou para questionar o prazo de aplicação da pena, que atualmente prevê que o jogador esteja punido no dia imediatamente posterior ao julgamento, para que seja no próximo dia de funcionamento do Tribunal, pois não há tempo hábil para recurso. Ainda assim, reconheceu que a lei atual prevê a suspensão imediata do atleta. O Fluminense, também parte interessada, bateu na tecla, através do advogado Mario Bittencourt, da necessidade de cumprimento das leis, do regulamento estabelecido antes da competição começar. Destacou que o aspecto técnico precisaria se sobrepor ao lado emocional, e que o acompanhamento da situação dos atletas é de responsabilidade dos clubes, tentando esvaziar a defesa da Portuguesa.