domingo, 18 de dezembro de 2016

Das 92 prefeituras do estado, 33 ainda não sabem quando poderão pagar o 13º, em Laje o pagamento já foi realizado

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Pela primeira vez, a digitadora Eliane Pereira, de 47 anos, não terá ceia de Natal em casa. A reta final de 2016 tem gosto amargo, não há motivos — nem dinheiro — para festejar. Servidora concursada da prefeitura de Belford Roxo, ela passou o ano recebendo salários atrasados. A situação foi tão dramática, que Eliane precisou até mesmo de doações dos amigos e parentes para sobreviver. Na última sexta-feira, ela foi ao banco conferir se o salário do mês de setembro havia sido depositado. Saiu de lá desesperada mais uma vez.
— Eu já não sei mais o que fazer. Já cortei tudo que tinha que cortar, aguardando a regularização da situação para poder voltar a ter minha vida normalmente. Deixei de comprar até remédios para não sacrificar a escola da minha filha. Estou perdendo a esperança — afirma Eliane, que se mudou do apartamento próprio para morar com a família, pois não tinha recursos para pagar o condomínio.
O desânimo dela não é um caso isolado. Nos municípios fluminenses, a crise econômica que atinge o país e, principalmente, o Estado do Rio provocou um estrago nas contas de várias cidades, prejudicando o pagamento de seus servidores. São atrasos de um, dois e, em alguns lugares, de até quatro meses. Os municípios se defendem, argumentando que não receberam alguns repasses e, portanto, não podem garantir quando depositarão os vencimentos.
O GLOBO procurou prefeituras e sindicatos de trabalhadores de todos os 92 municípios do estado, para saber se os servidores vão receber o 13º em dia. Até a última quinta-feira, em pelo menos 33 cidades (35,8% do total) ainda não havia recursos para o pagamento até o dia 20 — data máxima permitida pela lei trabalhista. Já 23 municípios (25%) também não pagaram, mas garantiram que há verbas e prometeram fazer os depósitos até a próxima terça-feira. No meio da crise, apenas 28 cidades (30,4%) já honraram seus compromissos. Oito prefeituras foram procuradas, mas não se manifestaram sobre o assunto.
Fonte: O Globo

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