quinta-feira, 10 de julho de 2014

Organização de Procura de Órgãos que funciona no Hospital São José do Avaí, precisa aumentar o numero de doações. Leia abaixo a entrevista com o coordenador da OPO Itaperuna.

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O que é necessário para doar órgãos e/ou tecidos?
Não é necessário registro em qualquer documento ou em cartório, nem mesmo em testamento. Basta apenas informar seu desejo aos seus familiares. A Lei federal de 1997 (Lei nº 9.434) mudou em 2001 (Lei nº 10.211) e, desde então, o que consta na Carteira de Habilitação ou de Identidade perdeu valor, prevalecendo a vontade da família.

Como minha família saberá sobre a possibilidade da doação de órgãos e/ou tecidos?
No momento oportuno, logo após a declaração da sua morte, a sua família será informada quanto à possibilidade de doação de seus órgãos e/ou tecidos. Caso concordem, os familiares serão convidados a assinar os documentos necessários. Para quem é maior de 18 anos, é necessária a assinatura de esposo (a) ou parente até 2º grau (pai/mãe, filho(a), avô(ó), neto(a), irmão(ã)) e a presença de pelo menos um desses parentes para autorizar a doação. Caso contrário, será necessária uma autorização judicial. Caso o(a) falecido(a) tenha menos de 18 anos, é necessária a assinatura da mãe e do pai ou do responsável legal pelo menor. Na ausência de um deles, somente com autorização judicial.

O que acontecerá depois que eu autorizar a doação dos órgãos do meu familiar?
Será providenciada a coleta de sangue para a realização de exames idênticos aos de doação de sangue, incluindo HIV, Hepatite B e C, HTLV-I/II, Sífilis, Doença de Chagas, Citomegalovírus, Toxoplasmose, entre outros, equivalendo a cerca de 40-50ml de sangue. Cerca de 4 a 6 horas depois, inicia-se a cirurgia de retirada dos órgãos e/ou tecidos, que tem duração variável. Após a cirurgia, a equipe médica recompõe o corpo do doador, que terá apenas os pontos no local operado, não impedindo a realização de um velório habitual. Todos os procedimentos envolvidos neste processo são realizados gratuitamente por equipes especialmente treinadas. Caso a morte tenha decorrido de causa não natural, o corpo segue para o IML e é submetido a uma necropsia.
E se a pessoa morrer em casa e a família desejar doar os órgãos/tecidos?

Neste caso, apenas as córneas poderão ser doadas. É muito importante que seja providenciada o mais rápido possível a declaração de óbito em casos de morte de causa natural e, em seguida, que o óbito seja imediatamente comunicado ao Programa Estadual de Transplantes, pois a doação só é possível se for realizada em até 6 seis horas após a parada do coração. Um profissional do Banco de Olhos irá até o falecido para providenciar a autorização por escrito. Em seguida, será providenciada a coleta de sangue para realização de exames e, após a obtenção dos resultados, finalmente ocorre a retirada das córneas. Posteriormente, o corpo é submetido à reconstituição. Quanto à retirada dos outros tecidos e órgãos, por se tratar de um procedimento mais complexo, não é possível a sua realização fora do hospital. Caso a morte tenha decorrido de causa não natural, o corpo deverá ir para o IML para ser submetido à necropsia.
O que pode ser doado após a morte?

Há duas situações de morte: a morte encefálica, que é a morte do encéfalo (cérebro+tronco encefálico) e a morte por coração parado. Na morte encefálica, os órgãos que podem ser doados são: o coração, os dois pulmões, o fígado, os dois rins, o pâncreas e o intestino. Os tecidos como córneas, ossos, pele e válvulas cardíacas também podem ser doados nesta situação. Já na morte por coração parado, somente os tecidos (córneas, ossos, pele e válvulas cardíacas) podem ser doados. No Brasil, não é permitido o transplante de nenhum outro órgão, como por exemplo: pênis, útero, mão e outras partes do corpo humano.
Como fica o corpo da pessoa que doa?

No transplante de córnea, o profissional coloca uma prótese redonda no globo ocular e usa uma cola apropriada para o(a) paciente permanecer com o mesmo aspecto. Não ocorre qualquer deformidade após a doação. No transplante de ossos, retiram-se principalmente ossos do braço (úmero) e da coxa (fêmur). Em seguida, a equipe de ortopedia coloca uma prótese de PVC no local. São refeitas as juntas do joelho, do quadril, do ombro e do cotovelo.Após a retirada dos órgãos e tecidos, a equipe médica recompõe o corpo do doador, que terá apenas os pontos no local operado, não impedindo a realização de um velório habitual. No transplante de pele é retirada somente uma fina porção da pele do dorso das costas e das coxas, sem alterações na aparência de quem faleceu.
Que órgãos/tecidos podem ser doados em vida?

Órgãos que podem ser doados: parte de um dos pulmões, parte do fígado, um dos rins. Tecidos que podem ser doados: ossos, medula óssea, cordão umbilical, sangue e esperma.
Doação entre pessoas vivas são autorizadas somente para cônjuge ou parentes até 4º grau (pais, irmãos, netos, avós, tios, sobrinhos e primos). Para pessoas com grau de parentesco mais distante ou sem relação consanguínea, as doações devem ser feitas com autorização judicial.
Por que transplantar um órgão ou tecido? Quem precisa de um transplante?

Principais Indicações
CORAÇÃOPortadores de doenças graves no coração, com alteração na sua forma e força.
PULMÃOPortadores de doenças pulmonares crônicas avançadas, em geral por fibrose, enfisema ou por hipertensão pulmonar.
FÍGADOPortadores de cirrose hepática por hepatite, álcool ou outras causas e portadores de alguns tumores no fígado.
RIMPortadores de insuficiência renal crônica já com indicação de algum tipo de diálise, independentemente de estar ou não fazendo o tratamento.
PÂNCREASDiabéticos que tomam insulina e necessitam dela para sobreviver (Diabetes Mellitus tipo I), em geral, quando estão com doença renal associada.
INTESTINOPortadores da Síndrome do Intestino Curto ou de síndromes graves de má absorção englobam uma série de distúrbios gastrointestinais e sistêmicos.
CÓRNEASPortadores de doenças específicas na córnea, agudas ou crônicas. Doenças no olho que não sejam na córnea não tem indicação de transplante.
MEDULA ÓSSEAPortadores de alguns tipos de leucemia e de linfoma, aplasia de medula e algumas outras doenças hematológicas e autoimunes.
OSSOPacientes com perda óssea por certos tumores ósseos ou trauma.
PELEPacientes com grandes queimaduras.
Quem pode e quem não pode ser doador?
A princípio, qualquer pessoa pode ser doadora de órgãos e tecidos. Constatado o falecimento, uma avaliação clínica cuidadosa definirá quais órgãos e tecidos estão viáveis para transplante. Lembrando que história previa de hepatite não impede a doação de órgãos e que uma equipe médica irá avaliar cada caso.
Indivíduos sem identificação e aqueles que não possuam documento oficial de Identidade com foto não podem ser doadores. Pessoas sem parente maior de 18 anos que possam assinar o Termo de Autorização Familiar não podem ser doadores.
Quem recebe os órgãos e tecidos? Para onde vão os órgãos doados?

Um único doador pode beneficiar vários receptores, selecionados a partir de uma lista única nacional. Os receptores são separados por órgãos, tipos sanguíneos e outras especificações técnicas. Esta lista única apresenta uma ordem cronológica de inscrição, sendo os receptores selecionados nessa ordem, em função da gravidade ou compatibilidade sanguínea e genética com o doador. A existência desta lista única assegura a seriedade e a transparência de todo o processo. Por questões éticas, não é possível que a família do doador saiba para quem foi o órgão, já que há inúmeros casos de problemas sociais graves relacionados a isso. O transplante nem sempre será bem-sucedido e algum órgão pode ser descartado por apresentar algum problema que traga riscos a quem irá recebê-lo.
Posso doar um órgão para um parente (ou conhecido) na fila ou se alguém da fila me solicitar?

As doações após a morte são direcionadas pelo Programa Estadual de Transplantes do Rio de Janeiro somente para as pessoas inscritas na lista única, seguindo estritamente os critérios de ordem cronológica de inscrição, gravidade do caso e compatibilidade genética, não podendo a família escolher para quem doar. Há um caráter de solidariedade do ato. Cada doação realizada contribui para o andamento da lista. Por outro lado, existe a possibilidade de doação de rim e parte do fígado em vida, de acordo com a avaliação do médico que atende à família, para cônjuge ou parente de até 4º grau (pais, filhos, avós, irmãos, netos, tios e primos). Para outras pessoas, nesse caso, dependendo de autorização judicial.
O que é morte cerebral/encefálica?

O termo correto é morte encefálica ou morte de todo o encéfalo. O encéfalo inclui o cérebro e o tronco cerebral. É responsável pelas funções essenciais do organismo como o controle da pressão, da temperatura e da respiração, entre outras. Após algumas agressões neurológicas, as células do cérebro podem morrer e deixaram de cumprir essas funções, quadro que é irreversível. O coração continua batendo sozinho por causa do seu marca-passo interno ? que é temporário ?, e os aparelhos e remédios podem manter a respiração e a pressão, mas por um espaço curto de tempo.
A morte do encéfalo não é a mesma coisa que o coma. No coma, o paciente está desacordado e vivo tendo o comando das funções básicas de manutenção da vida. Para esta diferenciação são feitos dois exames bem completos, por dois médicos diferentes, sendo pelo menos um deles um neurologista. Há um intervalo de tempo mínimo a ser esperado entre um exame e outro, dependendo da idade. Nenhum desses médicos pode pertencer à equipe de transplante. Além disso, é realizado um exame complementar para ter certeza de que as células do cérebro não funcionam mais, não deixando dúvidas sobre a morte.
Quando é constatada a morte encefálica, significa que a pessoa está morta e que, nesta situação, os órgãos podem ser doados para transplante. A notificação da morte encefálica para o Programa Estadual de Transplantes do Rio de Janeiro é obrigatória por lei, mesmo quando a família não quer a doação. Nesse caso, os aparelhos serão desligados já que o indivíduo está legalmente e medicamente morto.

Onde posso me inscrever para transplante?
Você pode ver os endereços e telefones das Instituições credenciadas para acompanhamento médico de receptores de órgãos e/ou tecidos estão no tópico: “Profissionais de Saúde” – Equipe Credenciada”. Clique aqui para ver este tópico.
Se os médicos souberem que podem doar meus órgãos, não vão deixar de cuidar de mim enquanto paciente?

Não. A prioridade é sempre salvar a vida do(a) paciente. A doação de órgãos só ocorrerá após a constatação da morte do indivíduo. É importante ressaltar ainda que a doação de órgãos só ocorre após a constatação da morte encefálica, adicionada à autorização familiar em documentação formal.
Pessoas ricas têm mais chances de serem transplantadas?

Não, os ricos não são beneficiados. Existem critérios de seleção dependendo do órgão, numa lista única em todo o país, que leva em conta, por exemplo, a gravidade, o tempo de espera, a compatibilidade do tipo de sangue, etc.
Se eu tive hepatite (ou alguma outra doença), não poderei doar?
Não há limites de idade ou de doença específica. Até mesmo quem teve ou tem hepatite pode se tornar um doador de órgãos. Cada situação será avaliada individualmente pela equipe médica.

Minha família terá custos se eu quiser doar órgãos?
Não há custos para a família quanto à doação de órgãos e tecidos, embora os custos com o funeral continuem sendo de responsabilidade da família.
Parte inferior do formulário

Quem deve receber um órgão ou tecido?
Pessoas com problemas graves de saúde, como insuficiência renal crônica, doença cardíaca, pulmonar ou cirrose hepática, por exemplo. Nestes casos, o médico faz uma indicação precisa de transplante de órgãos e/ou tecidos. Já a inscrição na fila de espera é feita a partir de equipes de referência credenciadas pelo Ministério da Saúde, via Sistema Nacional de Transplantes.
Quem tem prioridade para receber um órgão ou tecido?

Ao admitir que um paciente em estado extremamente grave tenha prioridade em ser receptor, não se fere o princípio da igualdade, mas sim, é preservado o direito à vida. A necessidade do transplante de fígado, por exemplo, pode levar ao câncer, mas se o paciente for transplantado em tempo hábil a cura é provável. Ficar na lista de espera nessas condições significa uma condenação à morte. De acordo com o novo regulamento do Sistema Nacional de Transplantes, pessoas com até 18 anos têm prioridade para receber órgãos de doadores na mesma faixa etária. Além disso, todas as crianças e adolescentes podem se inscrever na lista para transplante de rim, mesmo antes de entrarem em algum tipo de diálise. Segundo o Ministério da Saúde, isso se deve à maior expectativa de vida desses pacientes. Os doadores que tenham alguma doença transmissível também poderão doar para pacientes que tenham o mesmo vírus. Dessa forma, órgãos de um doador que tenha hepatite C, por exemplo, agora já podem ser transplantados em pessoas que também sejam portadoras da mesma doença.
Quanto tempo leva para receber um órgão ou tecido?

Não é possível delimitar um tempo mínimo ou máximo, tudo depende do órgão ou tecido e do Estado onde o receptor está. O tempo de espera não é o mesmo para todos os órgãos e tecidos.
Lista de espera

Os receptores são separados por órgãos, tipos sanguíneos e outras especificações técnicas. Esta lista única apresenta uma ordem cronológica de inscrição, sendo os receptores selecionados nessa ordem, em função da gravidade ou compatibilidade sangüínea e genética com o doador. Portanto, a distribuição de órgãos não é somente pelo tempo de inscrição na fila, depende de diversos critérios específicos. A existência desta lista única assegura a seriedade e a transparência de todo o processo.
De acordo com a portaria 2600 do Ministério da Saúde: “Para cada órgão ou tecido disponível, deve ser feita a correlação entre as características antropométricas, imunológicas, clínicas e sorológicas do doador falecido e o CTU correspondente, empregando-se os critérios específicos referentes a cada tipo de órgão, tecido, células ou partes do corpo humano, para a ordenação dos potenciais receptores quanto à precedência.”
Consulte sua posição na lista de espera (Ao clicar no link ao lado, você será redirecionado para uma página do Portal do Ministério da Saúde)

Mitos


Parte superior do formulário
Se os médicos do setor de emergência souberem que você é um doador, não vão se esforçar para salvá-lo.
Se você está doente ou ferido e foi admitido no hospital, a prioridade número um é salvar a sua vida. A doação de órgãos e tecidos somente será considerada após sua morte e o consentimento por escrito da sua família.

Quando você está esperando um transplante sua condição financeira ou seu status é tão importante quanto a sua condição médica.
Não. Quando você está na lista de espera por uma doação de órgão e/ou tecido, o que realmente conta é a gravidade da sua doença, tempo de espera, tipo de sangue e outras informações médicas importantes.

Necessidade de qualquer documento ou registro expressando minha vontade de ser doador.
Não há necessidade de qualquer documento ou registro. Este documento não tem valor legal algum. Apenas poderá ter um valor simbólico para sua família considerar a sua vontade. Portanto, o mais importante é informar os seus parentes sobre a sua vontade de ser doador.

Somente corações, fígados e rins podem ser transplantados.
Os órgãos que podem ser doados são: coração, rins, pâncreas, pulmões, fígado e intestinos. Tecidos que podem ser doados incluem: córneas, pele, ossos, valvas cardíacas.

Seu histórico médico acusa que seus órgãos ou tecidos estão impossibilitados para a doação.
Na ocasião da morte, os profissionais médicos especializados irão revisar seu histórico para determinar se você pode ou não ser um doador. Com os recentes avanços na área de transplantes, mais pessoas podem ser doadoras.

Você está muito velho para ser um doador.
Pessoas de todas as idades e históricos médicos podem ser consideradas potenciais doadoras. Sua condição médica no momento da morte determinará quais órgãos e tecidos poderão ser doados.

A doação dos órgãos desfigura o corpo e altera sua aparência na urna funerária.
Os órgãos doados são removidos cirurgicamente, numa operação de rotina, similar a uma cirurgia de vesícula biliar ou remoção de apêndice. Você poderá ter sua urna funeral aberta.

Sua religião proíbe a doação de órgãos.
O catolicismo, protestantismo, espiritismo, judaísmo, talmud, islamismo, budismo, seicho-no-ie e anglicanismo apoiam a doação de órgãos. Já os hindus, testemunhas de Jeová, Jesus Cristos dos Santos do Últimos Dias (Mórmons) e a Igreja Pentecostal acreditam que a decisão é de inteira responsabilidade do indivíduo, mas não se opõem ao transplante. Os testemunhas de Jeová são contrários apenas à transfusão de sangue.
Há um verdadeiro perigo de alguém ser drogado e, quando acordar, encontrar-se sem um ou ambos os rins, removidos para serem utilizados no mercado negro dos transplantes?

Essa história tem sido largamente veiculada pela internet, mas não há absolutamente qualquer evidência de tal atividade ter ocorrido. Mesmo soando como verdadeira, essa história não se baseia na realidade dos transplantes de órgãos.
Reportagem: Robson Rodrigues/Blog do Adilson Ribeiro.

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