Imagens fortes fazem parte de um processo do Ministério Público do Trabalho (MPT) que investiga a máfia do trabalho escravo em pastelarias no Rio de Janeiro, envolvendo cinco vítimas de nacionalidade chinesa.
Em uma das situações, a vítima era submetida a severos castigos físicos, de acordo com o órgão. Na mesma pastelaria, cachorros mortos a pauladas foram encontrados congelados e seriam utilizados no preparo da carne para o recheio de pastéis.
Os animais foram encontrados congelados dentro de caixa de isopor nos fundos da pastelaria. “Tinha muita carne estragada. O cheiro daquele lugar era insuportável”, contou a procuradora Guadalupe Louro Couto.
O primeiro caso chegou ao conhecimento do MPT há dois anos, quando um rapaz foi hospitalizado com queimaduras no corpo. Além de ser obrigado a trabalhar sem remuneração, a vítima era alvo de castigos diários e jornada de trabalho exaustiva em uma pastelaria de Parada de Lucas.
“Ele levava coronhadas e apanhava todos os dias. Os vizinhos ouviam os gritos, mas como não era de socorro, não sabiam do que se tratava. Um dia o patrão jogou uma panela quente nas costas dele. A vizinhança chamou a polícia e o menino foi hospitalizado”, diz a procuradora.
Além de condições de trabalho degradantes, o rapaz trabalhava das 5h às 23h e cuidava de toda a produção da pastelaria. Quando demonstrava exaustão, era submetido aos castigos. De acordo com a procuradora, o local onde o chinês foi encontrado é assustador.
“Aquela foi a pior semana da minha vida. É um lugar horrível, a pior situação que um ser humano pode ser submetido. Dá muita indignação saber que ele era torturado diariamente”, lamentou Guadalupe.
O rapaz vítima das agressões foi colocado no programa de Proteção à Testemunha pois o MPT teme que ele seja alvo da quadrilha responsável pela vinda desses chineses para o Brasil.
Fonte e fotos: G1
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