terça-feira, 14 de maio de 2013

Luiz Carlos Machado: Garoto pobre que se tornou uma das principais lideranças do Noroeste


O ex- prefeito de Natividade Luiz Carlos “Agudo” nasceu, em 21 de dezembro de 1955, no município de Ibitirama, Sul do Espírito Santo. Mas a pequena cidade capixaba, não conseguiu testemunhar o crescimento daquela criança. Em busca de melhores condições de vida, a família humilde da qual fazia parte, migrou logo após seu nascimento para Natividade, Noroeste do estado Rio de Janeiro, região que décadas depois acompanharia o seu desenvolvimento político.
Desde cedo, bem relacionado, o pequeno Agudo, liderava grupos de jovens e times de futebol. Foi sacristão e chegou a fazer parte de uma organização religiosa de extrema direita, a TPF (Tradição, Família, Propriedade). Filho de um alfaiate e uma dona-de-casa , ele viu e sentiu na pele, as dificuldades pelas quais passava boa parte da população à época.
Ainda adolescente, sentiu a necessidade de assumir suas responsabilidades e conseguiu umemprego de auxiliar no cartório da cidade, onde anos mais tarde, através de um concurso, se tornou funcionário efetivo. Já escriturário do Tribunal de Justiça do Rio, se casou e da união, nasceram três filhos: Indiara, Tiago e Isabela.
Trabalhou em cidades como Araruama e Niterói, onde segundo o próprio, adquiriu experiência profissional. Mas a cidade, a pequena Natividade, que o recebeu de braços abertos ainda na infância, parecia ser mesmo seu destino. Por sorte, ou melhor, Providência Divina, uma vaga foi aberta para o cargo de auxiliar de juiz na comarca de Natividade. Ufa! Era a oportunidade de voltar para casa.
Mas as coisas não começaram de maneira fácil para aquele jovem sonhador. Com mais três irmãos, ficou órfão de pai e se tornou de vez, arrimo da família.
Desembaraçado e com seu espírito nato de liderança, começou a comandar grupos beneficentes. Foi presidente a APAE e um dos fundadores dos “Amigos de Natividade”, dentre outros. O trabalho voluntário, de forma natural, foi lhe abrindo portas e consolidando seu nome como cidadão benfeitor da cidade.
Mas a política partidária, só viria cruzar o seu caminho, efetivamente, bem mais tarde, bem mais tarde, em 1999. Sentindo que a cidade amargava uma crise e incentivado por alguns amigos, resolveu se filiar a um partido, o inexpressivo PMN, hoje já extinto. Da assinatura da ficha até a candidatura, foi um pulo. Determinado a mudar a história da política de Natividade, enfrentou dois fortes opositores: O então prefeito Márcio Assis Ribeiro, candidato à reeleição, e o ex-prefeito Murillo Alves Ribeiro, este último já falecido.
Rotulado por alguns como louco e sem a mínima chance de vitória, conseguiu bater os dois opositores, vencendo o pleito de 2000 por apenas 83 votos de diferença. Era a oportunidade que Agudo tanto sonhava.
Mas as flores ficaram para trás e os espinhos começaram a surgir. Assumiu uma prefeitura à beira da falência. Salários atrasados, município sem crédito, e o pior de tudo: a auto-estima do povo nunca esteve tão baixa. O cidadão chegava a ter vergonha de dizer que morava em Natividade, diziam na época.
Com o apoio com o apoio do então Governador Antony Garorinho, de quem se tornou amigo, e o Ministro do Trabalho Francico Dornelles, começou a reverter o quadro desesperador que havia se instalado no Município. Natividade aos poucos voltava a sorrir.
No entanto, quatro anos, não foram suficientes para implantaras metas que ele tanto sonhava. Muito havia sido feito, mas para Agudo, era preciso mais. Chamado por muitos de “azarão”  na época de sua eleição, o Prefeito se tornou uma liderança inconteste no Noroeste Fluminense, chegando a encabeçar vários movimentos em defesa da região. Veio a reeleição e o povo reconheceu seu trabalho. Desta feita, já pelo PMDB, os minguados 83 votos de antes, se multiplicaram e a diferença entre o primeiro e o segundo colocados saltou para 1986.
Os oito anos se passaram, o mandato terminou e o Político retornou à sua sala no Poder Judiciário, onde permaneceu até a aposentadoria merecida. Mesmo sem Cargo Público, continuou observando, analisando e fazendo política, Até seus últimos dias. Perguntando sobre sua principal obra da prefeitura, não pensava duas vezes: “o resgato da auto-estima do cidadão, o orgulho de se dizer que é natividadense”.
A ingratidão e a injustiça, foram por certo, as principais frustrações no curso de sua vida Pública, mas ainda assim, apesar de toda as feridas, o guerreiro continuava firme, afinal de contas, “esta é a minha missão”, disse certa vez.
Descanse em paz Guerreiro! Natividade vai sentir saudades!
Por Vanderson Garcia / Blog Adilson Ribeiro

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