quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Sete dos oito premiados em concurso estadual de café são do Noroeste Fluminense

 Sete dos oito premiados em concurso estadual de café são do Noroeste Fluminense

Fidélis Rodolphi, de Varre-Sai, venceu o concurso em duas categorias - Arquivo Pessoal

Produtor de Varre-Sai venceu nas duas categorias; Conselho da Firjan destaca novas estratégias para o agronegócio e o setor cafeeiro, responsável por 80% da produção estadual

 

Campos dos Goytacazes, 1 de fevereiro de 2021

 

Os cafés especiais do Noroeste Fluminense mais uma vez fizeram bonito, com destaque para o produtor Fidélis José de Oliveira Rodolphi, do Sítio Vai e Volta, em Varre-Sai, campeão em duas categorias do IV Concurso de Cafés Especiais do Estado do Rio de Janeiro, realizado pela Associação dos Cafeicultores do Estado (Ascarj) com o apoio do Governo do Estado do Rio. A final do evento, que aconteceu numa cerimônia on-line no último sábado (30), revelou nada menos que sete dos oito premiados são oriundos do Noroeste Fluminense, sendo cinco deles de Varre-Sai.

 

"Uma disputa saudável como esta contribui para o desenvolvimento dos próprios produtores da região, além de demonstrar a dedicação na busca pela melhor qualidade dos grãos, o que, consequentemente, fortalece toda a nossa cadeia produtiva e diversifica a indústria”, festejou o presidente da Firjan Noroeste Fluminense, José Magno Hoffmann.

 

O presidente do Conselho de Agronegócio e Produtos Alimentares da Firjan, Antônio Carlos Celles Cordeiro, contou que será feito um mapeamento para diagnosticar as potencialidades e os entraves que dificultam o desenvolvimento da agroindústria fluminense, não só no café, como também em outros destaques como a carne, o leite, a pecuária e o setor sucroalcooleiro.

 

“Nossa proposta é que a Firjan, a Faerj, o Governo do Estado e os centros de pesquisas e as universidades se unam para elaborar um Programa de Revitalização do Agronegócio do Estado do Rio, de modo que o setor passe a ter uma relevância econômica semelhante a de outros estados cujas características são parecidas com as nossas", disse Antonio Carlos.

 

No caso do café, cerca de 80% da produção do Estado já vem do Noroeste Fluminense, onde o maior produtor é Varre-Sai, responsável por 45% do cultivo estadual, de acordo com a Emater-Rio. Segundo o Governo do Estado, ao todo são 2.644 cafeicultores – a maioria de pequenos produtores – que geram uma receita anual de R$ 75,8 milhões a partir dos grãos cultivados em solo fluminense.

 

Nova capital estadual do café

Destaque do concurso, Fidélis José de Oliveira Rodolphi, de Varre-Sai, foi o campeão nas duas categorias: “Natural” e “Cereja Descascado”, cuja característica é um sabor mais acentuado. O negócio do café começou com seu avô, foi herdado pelo pai e agora por Fidélis e seu irmão, que se especializaram no ramo dos cafés especiais.

 

“Ficamos em segundo e terceiro lugar nos concursos anteriores, o que prova que estamos no caminho certo. Investimentos em conhecimento e em prática para aperfeiçoar o produto, principalmente no pós-colheita, com o apoio da Emater-Rio e do Sebrae”, conta Fidélis.

 

A comemoração foi em dose tripla, já que a produção de sua esposa, Alyne Chryslla Rodolphi ficou em terceiro lugar na categoria “Natural”. Nesta gradação, Porciúncula também se destacou com José Sávio Muruci Vieira em segundo lugar, e Geraldo Zanirate Neles, em quarto. Já na categoria “Cereja Descascado”, o segundo lugar coube a Maria Adriana Monnerat Erthal, de Bom Jardim, na Região Serrana. Varre-sai teve ainda representantes em terceiro e quarto lugar, respectivamente com Marcio André de Oliveira Vargas e Marcos Pelegrini Meneses.

 

O governador em exercício, Cláudio Castro, que participou da cerimônia em um vídeo gravado, festejou a evolução do café do Noroeste Fluminense.

 

“Somos o maior consumidor nacional, ou seja, gostamos de café. O nosso desejo é resgatar a importância do café na economia fluminense, e o melhor caminho para isso é a busca pela qualidade”, disse o governador.

 

Investimento em genética

Para chegar ao atual patamar, os produtores do Noroeste apostaram no investimento em genética, controle sanitário das lavouras e fertilidade do solo. As principais características do café especial da região são o sabor mais acentuado e intenso. Há, inclusive, o cuidado de apostar em embalagens mais robustas que preservam as propriedades originais dos grãos.

 

Os cafés especiais são aqueles grãos cultivados e colhidos em condições excepcionais, de qualidade superior e que alcançam os melhores preços no mercado. Para o concurso, o café foi submetido à análise de especialistas que usaram a metodologia de avaliação sensorial da Specialty Coffee Association (SCA). Utilizado mundialmente, o modelo permite notas mínimas a partir de 80 e máximas de 100 pontos. O presidente da Cooperativa de Café do Norte Fluminense (Coopercanol), José Ferreira Pinto, destaca que o reconhecimento é capaz de elevar ainda mais a produção da região.

 

“Em 2020, por exemplo, tivemos uma produção recorde de cerca de 300 mil sacas, quase o dobro do ano anterior. E toda essa visibilidade ajuda a aumentar o valor dos grãos fluminenses, o que consequentemente, estimula o produtor local a expandir a área plantada, desenvolvendo o setor e gerando emprego e renda”, festejou Ferreira.

O objetivo do concurso é incentivar a produção de cafés especiais fluminense, numa iniciativa da Associação dos Cafeicultores do Estado do Rio de Janeiro (ASCARJ), com apoio da Emater-Rio, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais, Coopercanol, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e Sebrae.

 

          Felipe Sáles

         Assessor de Imprensa

        Gerência de Imprensa e Conteúdo (GIM)

        Firjan Norte e Noroeste Fluminense


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